"A beleza exterior alegra os olhos, porém a beleza interior, faz com que o coração bata mais rápido."
Que entre as névoas do inverno cintilava
Apontando o caminho ao pegureiro!...
Eras a messe de um dourado estio!...
Eras o idílio de um amor sublime!...
Eras a glória, a inspiração, a pátria,
O porvir de teu pai! - Ah! no entanto,
Pomba - varou-te a flexa do destino!
Fagundes Varela foi um poeta de transição entre a segunda e a terceira geração romântica. Sofreu múltiplas influências: o indianismo e o naturalismo de Gonçalves Dias; o spleen de Álvares de Azevedo; a sonoridade e o bucolismo de Casimiro de Abreu; a temática social de Castro Alves, autor da 3ª geração. Apesar disso, soube manter um substrato de originalidade de toda sua obra.
"Eras na vida a pomba predileta
Que sobre um mar de angústias conduzia
O ramo da esperança!... eras a estrelaQue entre as névoas do inverno cintilava
Apontando o caminho ao pegureiro!...
Eras a messe de um dourado estio!...
Eras o idílio de um amor sublime!...
Eras a glória, a inspiração, a pátria,
O porvir de teu pai! - Ah! no entanto,
Pomba - varou-te a flexa do destino!
Astro - engoliu-te o temporal do norte!
Teto - caíste! Crença - já não vives!"
Luís Nicolau Fagundes Varela nasceu em Rio Claro, no Rio de Janeiro, em 17 de Agosto de 1841, onde viveu em estreito contato com a natureza até os 10 anos. Em 1859, partiu para São Paulo, onde fez os preparotórios para a Faculdade de Direito. Todavia, a vida boêmia o atraía mais do que a acadêmica. Perambulava por bares, colaborava em alguns jornais e só em 1862 iniciou realmente o curso. No mesmo ano, casou-se com a filha de um dono de circo, com quem teve um filho, Emiliano, que veio a falecer três meses depois do casamento. Em 1865, embarcou para Recife, Pernambuco, a fim de retomar os estudos, onde juntou-se ao grupo de poetas candoreiros. Quando passou para o quarto ano, recebeu a notícia da morte da esposa - fato que o levou a retornar a São Paulo e a rematricular-se na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Casou-se pela segunda vez e teve três filhos. Um deles, o menino, também chamada Emiliano, faleceu. A partir de 1873, a decadência tomou conta de sua vida. Faleceu aos 33 anos.
Em 1861, Fagundes Varela publicou o livro poético intitulado Noturnas; logo depois, em 1863 publicou O Estande Auriverde; posteriormente, publicou Vozes da América, em 1864; cinco anos depois, publicou Cantos Meridionais; sua última obra de poesias, Cantos Religiosos, foi publicada em 1878, postumamente, salientando-se que faleceu em 1875.
Suas poesias giram em torno do amor, da pátria, da natureza e da temática religiosa. Deus e a natureza têm função semelhante na sua obra: a de refúgio e de consolo, entidades que mantêm com o eu lírico uma relação de cumplicidade acolhedora. Fagundes Varela, assim como Álvares de Azevedo, é classificado como um poeta ultra-romântico pelo predomínio em sua obra de temas e imagens dessa tendência: tédio, angústia, desesperança, morbidez, sombras, figuras vaporosas, aparições fantásticas... entre outras imagens psicológicas.
Fonte: http://belleliteratura.blogspot.com.br
muito doido
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